Das Telas aos Tribunais – O Futuro das Redes Sociais

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Das Telas aos Tribunais – O Futuro das Redes Sociais

Estreou no NETFLIX, em setembro, o documentário “O Dilema das Redes” (“The Social Dilemma”), que traz entrevistas com especialistas em tecnologia do Vale do Silício, sobretudo ex-funcionários de empresas como Facebook, Twitter, Instagram, Google e Pinterest, que descrevem como essas companhias, por meio das redes sociais,  buscam viciar seus usuários, no intuito de mantê-los sempre engajados, induzindo e manipulando comportamentos, em busca de sempre mais domínio de mercado e resultados financeiros.

Chegam a afirmar que as empresas estariam reprogramando a civilização.

Muito embora possamos observar no filme vieses sensacionalistas em vários momentos, além de não apresentar provas concretas e contundentes do que é alegado ao longo do filme, fora das telas estamos percebendo o esforço de autoridades antitruste federais e dos membros do Congresso americano em investigar essas grandes empresas e seus domínios de mercado.

O Subcomitê Antitruste da Câmara emitirá ainda em outubro, um relatório que encerrará uma investigação de 15 meses sobre a Apple, Google, Amazon e Facebook.

Medidas duras podem ser solicitadas para diminuir o poder dessas grandes empresas, como a separação forçada de plataformas on-line.

Os detalhes dessas medidas ainda não foram divulgadas, mas especula-se que poderia ser revista a aquisição do Instagram e do WhatsApp pelo Facebook.

Outra dura medida ventilada seria a proibição da Amazon em fazer concorrência com os seus vendedores dentro de sua plataforma, assim como o Google utilizar o seu ambiente de buscas para identificar e oferecer produtos que interessariam aos seus usuários.

O Próprio Facebook já prepara sua defesa, e entende que as aquisições que realizou em 2012 (Instagram) e 2014 (WhatsApp) foram devidamente avaliadas na ocasião pela Federal Trade Comission, que não fez nenhuma objeção.

Mesmo não apontando qualquer irregularidade, a FTC deixou claro em suas conclusões sobre as aquisições, que novas análises poderiam ser feitas em um momento posterior.

O Facebook informou também que fez imensos investimentos para impulsionar ambas plataformas, e que uma separação neste momento significaria um gigantesco prejuízo, além de enfraquecer a segurança e prejudicar a experiência dos seus usuários.

Dessa forma, espera-se que essa discussão se transforme em um grande embate nos tribunais nos próximos meses.

São discussões necessárias, e que envolvem questões fundamentais para o mundo da tecnologia, e por conseguinte, para a vida de todos nós…

Queremos um mundo mais regulado, com menos poder nas mãos das empresas de tecnologia, em um esforço para aumentar a concorrência empresarial e diminuir a influência de grandes corporações, ou queremos viver sem grandes regulações, deixando os usuários livremente decidirem sobre suas experiências virtuais, com menor interferência dos governos, e possibilidades das companhias gigantes continuarem a aumentar seu poder e influência na sociedade?

Tudo está sendo tratado neste momento, mas é fundamental a participação da sociedade nessas decisões. Estamos preparados para decidir?



Rodrigo Freire

Graduação em Direito pela Faculdade Jesuíta Dom Helder Câmara; Graduação em Ciência da Computação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC Minas); Pós-graduação em Administratação, Finanças e Mercado de Capitais pela Faculdade Ibmec-MG; Pós-graduação em Blockchain e Criptomoedas pela Oxford University.


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